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GuIgO NewS entrevista: Fabiana Beltrame

Fabiana Beltrame mostra a primeira medalha de ouro conquistada pelo Brasil em um Mundial de remo

Fabiana Beltrame mostra a primeira medalha de ouro conquistada pelo Brasil em um Mundial de remo (foto: arquivo pessoal da atleta)

A entrevistada da vez é a maior remadora brasileira da história, mãe da Alice e esposa do Gilbran Cunha: Fabiana Beltrame.

Em 2011, a atleta de 29 anos foi medalha de ouro no Mundial de Estocolmo, categoria skiff simples (quando rema sozinha), coisa que ninguém no país tinha conseguido ainda. No Pan, esperava medalha de ouro, mas nos trouxe a prata, o que já é bom demais.

Acontece que essa categoria, onde é especialista, não é olímpica e ela agora treina firme com Luana Bartholo na categoria skiff duplo leve para, aí sim, conseguir a vaga nos Jogos Olímpicos de Londres, que começam no dia 27 de julho.

Para garantir o acesso, elas precisam vencer o campeonato sulamericano, que acontece entre 22 e 25 de março, em Tigre, na Argentina.

Vamos saber melhor? Leia a entrevista com ela abaixo:

GuIgO NewS: Você está prestes a participar dos terceiros Jogos Olímpicos da carreira. O que falta para conquistar a vaga para Londres?

Fabiana Beltrame: Bom, temos que conquistar uma das três vagas no Pré-olímpico latino-americano.

GN: E qual é a expectativa? Os adversários podem complicar?

FB: Olha, na minha opinião, há quatro países fortes para essas vagas. Nós; as campeãs panamericanas, que são do México; as cubanas e as argentinas, que estarão competindo em casa. Mas estamos confiantes, nosso barco está evoluindo a cada dia, nossos tempos estão bons, por isso acredito que temos muitas chances.

GN: Você acha que o currículo de “campeã mundial” te coloca como favorita na disputa?

FB: Os dois barcos são muito diferentes. Acho que ao mesmo tempo que sou campeã mundial, vamos aparecer como elemento surpresa, porque vamos competir contra barcos que já estão formados há bastante tempo. Claro que tem um respeito muito grande por parte das adversárias, mas ainda estamos com um pouco de desvantagem por termos um barco muito novo.

GN: Entendi, mas como funciona essa influência do barco? Por exemplo, na Fórmula 1 os pilotos dizem que é 70% carro, 30% piloto. Como é no remo?

FB: No remo, o barco influencia um pouco, mas não é como na Fórmula 1. No nosso caso, os barcos tem que ser basicamente iguais. Mas a diferença do barco que eu me referia, é que no Mundial, competi sozinha, na categoria leve. Mas como não é uma categoria olímpica, me juntei com outra atleta pra formar um barco de dupla, que é bem diferente de remar sozinha.

GN: Entendi agora. Poxa, já passou da hora do skiff simples ser olímpico, não é?

FB: Pois é, nem me fala. A única prova leve feminina é o double skiff.

GN: E o treinamento de alguém que rema sozinha é muito diferente do treinamento em duplas, Fabi?

FB: O treinamento não é diferente, o que muda é a adaptação pra remar com outra pessoa. O conjunto é o mais importante num barco de dupla, a sincronia, harmonia. Então, pra conquistar isso, só remando muito juntas. Por isso estamos correndo atrás pra remar bastante e tentar melhorar o mais rápido possível.

Luana Bartholo e Fabiana Beltrame estão unidas na missão Londres 2012 (foto: Leandra Benjamim)

GN: Quem é a sua companheira? Como foi feita a formação da dupla?

FB: Minha parceira é a Luana Bartholo, que também rema no Flamengo. Foi feita uma seletiva nacional em dezembro do ano passado, e as três primeiras colocadas foram convocadas esse ano. Eu, ela e a Camila Carvalho, remadora mais experiente, que foi para os JO de Pequim, em Pequim. As duas fizeram mais uma bateria de testes, remei com as duas por um tempo e a Luana se saiu melhor em todas as avaliações.

GN: Show! Boa sorte para vocês duas! Estaremos na torcida para dê tudo certo e que vocês brilhem no Sulamericano, na Argentina.

FB: Valeu, Guilherme!

GN: Aliás, você foi medalha de prata no Pan de Guadalajara. Qual é a sua avaliação dssa conquista?

FB: Com certeza não era o que eu esperava. Mas atingi meu pico no mundial, ia ser difícil me manter tão bem até o pan. Mas de qualquer forma, não trocaria minha medalha do mundial por uma de ouro no pan. (risos)

GN: Mundial é Mundial!! (risos) Falando nisso, temos um neste ano, na Bulgária, não é?

FB: Isso. É um mundial não olímpico, só duas semanas depois das Olimpíadas.

Alice, de 2 aninhos, está sempre no colo de Fabiana (foto entregue pela assessoria da Fabiana)

GN: Entendi. Mudando de assunto… Você é mamãe dessa coisa fofa que é a Alice. Como foi voltar a competir depois do nascimento dela?

FB: Foi difícil voltar à forma, mas acabei voltando melhor do que quando parei. Foi graças a ela que mudei de categoria e conquistei meus melhores resultados.

GN: Que lindo isso, Fabi! Sabe que minha vida melhorou muito depois do nascimento da minha filhota, a Laura. A gente trabalha muito mais quando tem filhos, né?

FB: Pois é, parece que a motivação aumenta né!! É emocionante!

GN: E aí, já conversa com o Gilbran para ter mais um? (risos)

FB: Queremos sim, mas só depois de 2016.

Foto muito linda do arquivo pessoal da atleta

GN: Falando em 2016… Já tendo participado de duas Olimpíadas, você acredita que o Brasil consegue sediar com mesma qualidade de Atenas e Pequim?

FB: Olha, vai ter que melhorar muito, porque do jeito que está, eu acho difícil…

GN: O que você acha que mais precisa melhorar?

FB: Bom, falando só da raia, que eu tenho conhecimento de causa, tem que melhorar tudo. Temos pouco espaço pra fazer tudo o que é necessário. A única coisa que está pronta, é a lagoa mesmo, que ainda assim, tem que melhorar.

GN: O problema é a falsa sensação de que “temos tempo” para o início dos JO, né?

FB: Exatamente… Vai acabar acontecendo o mesmo que no Pan (de 2007, no Rio de Janeiro), tudo enjambrado, feito em cima da hora, provisório, sem deixar legado algum…

GN: Com todo respeito ao Gilbran, eu vi que você posou para o Papparazzo. Foi uma experiência isolada ou aceitaria uma proposta de uma revista mais ousada?

FB: Ah, difícil dizer. (risos) Hoje em dia, só por um cachê muito bom.

GN: Entendi. Ele não tem ciúmes, não? Eu morreria de ciúmes da minha namorada, pô!

FB: Não, ele é tranquilo.

É isso aí! Vamos torcer agora para que Fabiana e Luana consigam a vaga para Londres no final do mês! Confira as outras entrevistas que o GuIgO NewS já fez clicando aqui. Tem Cesar Castro, Fofão, Nayara Figueira, Maikon Leite, jornalistas famosos…

E logo, logo vamos conversar com a Luana Bartholo pra saber qual é a expectativa dela! Em breve!

 

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