Arquivo da tag: Livros

Entrevista com Paulo Ramos

Entrevistamos esta semana o jornalista, professor e consultor de língua portuguesa, Paulo Ramos. Paulo é doutor em língua portuguesa pela USP (Universidade de São Paulo), fez Jornalismo na UMESP (Universidade Metodista de São Paulo) e também Letras pela PUC-SP.

Na imprensa, como ele próprio diz, já “fez de tudo um pouco”: repórter, repórter especial, editor, editor-executivo, editor-chefe e âncora de telejornal. Paulo trabalhou na Folha, TV Tribuna e TV Cultura.

Desde 2004, ele é docente da Universidade Metodista de São Paulo. Paulo já deu aulas também na USP-Leste.

Paulo Ramos é dono do Blog dos Quadrinhos e também vencedor do Prêmio HQMix como “melhor articulista” sobre Quadrinhos. Seu blog também foi premiado como “melhor Blog” da área.

O GuIgO NewS conseguiu uma brechinha nos horários dele para entrevistá-lo e conhecê-lo um pouco. Veja abaixo:

GuIgO NewS – Paulo, de onde surgiu a paixão pelos Quadrinhos?
Paulo Ramos – Não sei se é uma paixão. Mas é, seguramente, um interesse acima da média pela área. Tive os primeiros contatos com quadrinhos na infância, antes mesmo de me alfabetizar. Via as figuras e tentava entender o que a seqüência das imagens queria dizer. Nos anos que se seguiram, continuei lendo e mesclando os quadrinhos com outras formas de leitura. Tem sido assim até hoje.

GuIgO NewS Muitos clássicos da literatura já foram adaptados para os Quadrinhos como “Os Lusíadas”, “Vidas Secas” e “O Alienista”. Você apóia este tipo de adaptação?

Paulo Ramos – Adaptações assim existem no Brasil desde o fim da década de 1940. Houve uma série da extinta editora EBAL (Editora Brasil-América) sobre literatura em quadrinhos que durou vários anos. Trata-se de uma retomada do gênero, motivada pela presença dos quadrinhos nas livrarias e pela expectativa de as editoras encaixarem essas obras em listas didáticas governamentais ou de escolas. Embora exista esse interesse financeiro, as adaptações têm pautado boa parte da produção nacional e mexido com o mercado.


GuIgO NewS – Você mesmo diz que trabalha muito. Quando você não está em redações e salas de aula, quais são suas atividades? O que você costuma fazer?

Paulo Ramos – Também trabalho na maior parte dos pouquíssimos tempos livres. Preparo os originais de alguns livros que devo lançar no ano que vem. Também participo de congressos e bancas universitárias com freqüência. Quando dá, vou ao cinema. Tento manter uma regularidade de dois filmes por semana (mas, nas duas últimas semanas, não tive tempo de ir). E, nessa correria toda, tento encaixar a necessária leitura de livros, teses, artigos, jornais, revistas e sites.

GuIgO NewS – Estreou há pouco tempo o programa “Quadrinhos” no Canal Brasil. Surge aí uma esperança para que haja mais patrocínios e divulgação das milhares HQs no Brasil?

Paulo Ramos – Seguramente, o documentário vai divulgar um pouco mais a área entre as classes média e alta, que têm poder aquisitivo para bancar uma tevê a cabo para assistir ao programa. Mas é difícil dizer se a produção vai render mais patrocínios. É melhor dar tempo ao tempo para analisar melhor.

GuIgO NewS – Aproveitando a oportunidade, quais dicas você daria para o aluno de Jornalismo no início da carreira?
Paulo Ramos – Leia, leia e leia. Faça cursos, aprenda línguas, viaje, tente buscar o máximo de cultura e informação. A bagagem cultural -rara no mercado- é um dos elementos que diferenciam os profissionais da área.

GuIgO NewS – Para finalizar, meus colegas pediram para eu perguntar pra você se a frase “Membro das FARC, Ivan Rios foi morto…” tem vírgula ou não? (rsrsrsrsrs).
Paulo Ramos – Aula dada, aula aprendida.

Veja as outras entrevistas que o GuIgO News fez com os jornalistas Fábio Zanini, Taís Fuoco e Odir Cunha.

Um abraço.

Obs.: O professor Paulo Ramos se cansou de mostrar-nos na faculdade que a frase citada na última pergunta não tem vírgula após o “Rios”. Mesmo assim, muita gente errou na prova final.

Atualizado em 03/09/2008 às 22:35

9 Comentários

Arquivado em Entrevista

Livros só para elite na 20ª Bienal de São Paulo

Ao visitar ontem a 20ª Bienal Internacional do Livro, o GuIgO NewS percebeu que ela não é sinônimo de compras. Não se iluda ao visitar hoje a exposição em São Paulo, pois é o último dia, que sairá com sua biblioteca recheada. Isto não acontecerá.

A não ser que você tenha muito dinheiro e não se importe com preços altos.

Muitas editoras trouxeram lançamentos, inovações, sucessos de vendas e acabaram fazendo filas nos respectivos caixas.

Só a fila da Panini com a nova edição mangá da Turma da Mônica chamava a atenção dos visitantes. Entretanto, as pessoas tinham nas mãos no máximo dois livros.

Os sebos ainda são ótimas opções para quem quer devorar livros e enchê-los de pó na estante.

Que não arrisca, não pechincha

O dono deste blog se deu bem ao tentar pechinchar. Ao ver o livro “Jornalismo Esportivo” do mito Paulo Vinícius Coelho, o PVC, ele falou com o vendedor que o preço estava alto e que não tinha os R$23,90. Resultado: a nota amarela de R$20 serviu ao ter sido dada em off ao solidário vendedor. Não é muito, mas é alguma coisa.

Muda a feira, não muda a comida

Pode ser “Salão do Automóvel”, “Salão Duas Rodas”, “Salão de Beleza” e “Bienal do Livro” que a parte de alimentação do Anhembi sempre está horrível. Falta alimento bom e espaço adequado para comê-lo. Fora que os preços são também totalmente inviáveis para um evento que a entrada é R$10.

O GuIgO NewS comeu um hot dog e se arrependeu, a única certeza é que o pão não era fresco, de tão duro que estava. A saída era apelar para a famosa pipoca. E nada. A pipoca estava murcha.

Pelo menos a água, vendida por R$2, aliviou os gostos na boca.

Visita estratégica

Alguns conhecidos do público foram encontrados na Bienal.

O candidato para prefeito de São Paulo, Geraldo Alckmin, estava tirando fotos com as pessoas e mostrando que tem um lado culto.

O sorriso no rosto representou, para os que o viram, que o tucano está confiante em vencer as eleições.

Suplicy estava lá também

Não, a Marta Suplicy não estava presente na Bienal. Devia estar relaxando e gozando em algum sítio do interior de São Paulo. O Suplicy que estava presente era o senador Eduardo Matarazzo Suplicy. O cobiçado político estava dando autógrafos para as pessoas que aceitaram receber (isso, foi presente, de graça, na faixa) o livro que relata suas aventura no Iraque e um pequeno livro, escrito em espanhol, sobre cidadania.

À noite, rolou um debate com o Rubem Alves e Chico Anysio.

É isso.

Um abraço.

Deixe um comentário

Arquivado em Diversão, Geral, Livros, Rotina