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GuIgO NewS entrevista: Milly Lacombe

Milly e Rodolfo, um dos companheiros caninos dela (foto: Arquivo Pessoal)

A entrevistada da semana é a radialista e também jornalista Milly Lacombe.

Milly é formada em Rádio e TV na FAAP, mas se destacou mesmo no Jornalismo Esportivo e passou por SporTV e Record, onde foi comentarista. Atualmente a corintiana é colunista da Revista TPM e faz uns freelas por aí. Além disso, ela já escreveu quatro livros e, no momento, se dedica à biografia da deputada federal Mara Gabrilli.

Sumida da televisão, Milly está com 44 anos e vive um momento difícil na vida. No fim do ano passado, ela perdeu sua companheira Roberta, que foi atropelada na Av. 9 de Julho, em São Paulo.

Como voto de confiança, a entrevista, que foi feita por e-mail, está na íntegra.

Ou seja, sem edição.

Comecemos falando da famosa polêmica…

GuIgO NewS: Milly, se eu não te perguntar sobre a confusão com o Rogério Ceni meus leitores me matam. Você já pediu desculpas pra ele, o que mostra arrependimento seu. O que deu pra tirar de positivo desse imbróglio todo?

Milly Lacombe: Acho que minha pisada de bola acabou deixando muitas lições. Primeiro: eu não posso levantar o assunto sem ter total e amplo conhecimento de causa. Ali, me senti em uma mesa de bar e fui falando. Tecnicamente, errei feio e ele, claro, se sentiu ofendido e entrou pesado. Muito pesado? Talvez. Por eu ser mulher? Talvez. A produção do programa deveria ter me avisado que ele entraria no ar? Certamente. A produção deveria ter aproveitado o intervalo comercial para me chamar de canto e dizer: ‘Escuta, o cara tá na linha furibundo porque você falou bobagem e a bobagem foi a seguinte… Então, quando voltarmos, já vai logo pedindo desculpas porque a gente vai deixar ele entrar ao vivo’. Isso deveria ter sido feito? Certamente. Mas eu nunca soube que ele iria entrar, nem, naquela hora, exatamente como tinha pisado na bola. Só que não posso me focar nessas coisas porque correria o risco de minimizar meu erro, de deixar de ver como e por que pisei na bola e de sair do episódio com uma lição importante. Eu me retratei no programa seguinte, só que não foi suficiente e ele me processou. A Globo indicou um advogado para me defender e eu participei de uma audiência estranha, quase como coadjuvante. Mas havia ali um erro a ser assumido, e eu o fiz. Quando assumi o erro na audiência criminal, a causa cível foi automaticamente perdida por mim. Passou a ser uma questão de “quanto” deveria ser pago a ele. O que, claro, não poderia me inibir de criticá-lo como goleiro. Eu realmente acho que ele tem falhas sobre as quais a imprensa em geral não fala. Ele sai mal do gol, ajoelha de um jeito estranho quando fica cara a cara com o atacante, leva gols bobos que seriam imediatamente criticados em outros goleiros, nunca se firmou na seleção porque teve atuações bem abaixo da média para um goleiro de seleção etc etc etc. Acho que a função do torcedor é idolatrá-lo, sem dúvida. É um bom goleiro, é bom batedor de faltas, é ídolo. Se eu torcesse para o são paulo, ele seria meu ídolo. É, aliás, o ídolo dos meus sobrinhos. Mas a função da imprensa esportiva não pode ser a de bajular. Ela deveria continuar com o olhar crítico. Por exemplo: ele tem 100 gols. Ok, é um número absurdo. Mas se apenas um jogador do time é o encarregado de todos os penaltis há mais de 10 anos – numa conta baixa e sem falar das faltas – será que esse número continua a ser tão impressionante? A imprensa deveria colocar as coisas em perspectiva, levantar questões, refletir, e não simplesmente bajular. Isso quem faz é o torcedor. Se a imprensa bajula, aí tudo fica misturado de um jeito feio. 

GN: Muitos torcedores, principalmente do São Paulo, ainda te ofendem no Twitter. Parece que o torcedor adora esse tipo de polêmica, não é? Isso ainda te afeta? Como você lida com isso?

ML: O torcedor, em geral, não tem a “memória ruim”. Ele vai lembrar sempre dos grandes feitos: as defesas contra o Liverpool na final do mundial, os gols na Libertadores de 2005, o 100 Gol contra o Corinthians… a paixão é isso: a gente esquece o ruim e fica com o bom. É assim num relacionamento, é assim no Jogo, é assim na vida. Então, é natural que o torcedor tenha raiva de mim, afinal, entrei em rota de colisão com o ídolo. Mas não podemos deixar de lado o machismo das agressões. O bizarro episódio da suposta proposta do Arsenal já foi levantado por muita gente pública, homens sempre, que nunca receberam essa quantidade de ira e de agressões. É mais fácil vir pra cima da mulher? Para muitos machões, é.

GN: Afinal, você teve que pagar indenização ao Rogério? Pode falar qual o valor? Tem lugar que diz que foi R$ 60 mil, outros 150… O que é verdade? 

ML: Houve um acordo e a indenização foi paga. Acho que menos de 60… de verdade, nem sei.

GN: Já se encontrou com ele depois do fato?

ML: Não encontrei. Não haveria problema, acho. Seria uma situação meio constrangedora, mas acho que sem maiores incidentes (risos).

GN: O que sentiu quando viu Rogério Ceni fazendo o gol 100 no Corinthians? (risos)

ML: Muita raiva (risos). Primeiro do juiz porque ele marcou uma falta absurda, que não aconteceu. Basta rever a jogada. Depois, do Julio Cesar. Pô, arruma direito a barreira, caramba! (risos). Tava na cara que ia ser gol, tinha um canto todo exposto que jamais seria alcançado por um goleiro de baixa estatura como o JC. Arruma direito a barreira! Posso estar enganada, mas o JC toma muitos gols de falta. Alguém já deve ter feito esse levantamento numa época de futebol regido por números o cálculos. E eu detesto números, especialmente quando eles me desmentem.

GN: Quando eu falei para meus amigos jornalistas que eu ia te entrevistar, muitos falaram que você “sumiu”… Você sumiu mesmo ou é só uma impressão?

ML: A gente vive num mundo que se a pessoa vai para a TV e depois sai, ela some. Nesse mundo, sumi sim. Fui da Globo para a Record fazer a Champions, e, quando a Record perdeu os direitos da Liga, meu contrato não foi renovado. Aí eu saí.

GN: Você escreve colunas muito legais na TPM e não esconde que é lésbica. O que acha das pessoas que escondem?

ML: Acho que ninguém precisa ser panfletário e sair gritando aos quatro ventos a orientação sexual. Mas também acho que mentir não é legal. É mais ou menos a posição do PVC a respeito de revelar para que time ele torce. Ele diz que só revela quando é relevante, e que é relevante quando alguém o pergunta. É isso. Minha atitude foi a de revelar publicamente porque acho que assim posso ajudar jovens a entender que ser gay é normal. O que não é normal é ser homofóbico.

GN: Aliás, ultimamente os textos têm sido sobre a sua saudade da Rob. Você escreveu na coluna do dia 08 deste mês: “Vejo ela a meu lado, feliz por me sentir voltando. Era o que ela desejaria, afinal e acima de qualquer coisa. Como desapontá-la?” No que você se conforta para amenizar a saudade da Rob? Qual a dica que você dá pra alguém que passa pela mesma situação?

ML: Não há muito conforto, infelizmente. Mas o pouco que tem eu encontro falando dela, vendo ela ser citada, contando histórias dela. A dor ainda é uma coisa gigantesca, avassaladora, tem dias que parece querer me engolir. É um lugar comum isso, mas, como todo o lugar comum ele é muito verdadeiro: só o tempo aplaca a afliçao, a angustia, o sangramento da alma. A gente encontra ajuda e abrigo no colo daqueles que nos amam e que têm paciência de nos deixar passar pelo luto. É um processo e sei que estou no começo dele apenas.

GN: A Rob era sua companheira de Pacaembu. Você escreveu que mudou quase toda sua vida depois da morte dela. Também deixou de ir ao estádio para ver o Timão?

ML: Eu fui ao jogo do título contra o Palmeiras, exatamente um mês depois da morte dela. Foi muito difícil, intenso, doído, bonito, memorável. Mas eu tinha que ir. Ela iria. Ela me obrigaria a ir. Comprei uma camisa oficial e mandei colocar a nome dela e o número 10, que ela adorava, nas costas. Peguei minha dor abismal e fui. Ver jogos do Timão sem ela ainda é ter que lidar com o absurdo. Ela era a pessoa que mais entendia do jogo que já conheci. Tinha a memória do PVC, o conhecimento tático do Tostão e a sensibilidade feminina. Tudo o que sei de futebol aprendi com ela e com meu pai. O básico, com ele. O original, o fora do comum, o extraordinário, com ela. Ninguém pensa o jogo como ela. Eu perdi um grande amor, a melhor amiga e minha companheira de jogo e ensinamentos futebolísticos. É muita coisa para perder.

Camisa feita para a Rob

GN: Falando em Corinthians, aprova o trabalho do Tite?

ML: Não dá para dizer que não. Depois do Tolima tudo se encaixou e o time conquistou o nacional. Tem toque de bola, tem ritmo, é um time duríssimo de ser batido. O que reprovo não está no time do Tite, ou no do Muricy, ou no do Abel. O que reprovo é o futebol que prefere não tomar do que marcar, que privilegia defesas a ataques, que pensa em títulos e não em arte. Futebol é uma forma de expressão artística – pelo menos deveria ser – e, como tal, tem que inspirar, tem que arrepiar e fazer sonhar. Mas ficou estabelecido depois das seleções do Telê, que jogavam bem e perdiam, que só havia essas opções: jogar bem e perder; jogar mal e ganhar. Uma bobagem enorme, que o time do Barcelona tratou de fazer ver – embora ainda haja que se recuse a ver.

GN: E o que acha que o Timão precisa para vencer a Libertadores?

ML: Confiança, espírito vencedor. Hoje, ao lado do Fluminense, o Corinthians é o time mais forte da competição.

GN: Milly, muito obrigado e boa sorte na sua carreira.

ML: Valeu, Gui! 

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GuIgO NewS entrevista: Nayara Figueira

Nayara Figueira tem 23 anos e quer competir até não aguentar mais

Destaque do nado sincronizado, ao lado da fiel companheira Lara Teixeira, Nayara Figueira não cansa de sonhar alto. Com duas medalhas de bronze nos Jogos Panamericanos do ano passado, em Guadalajara, no dueto e por equipes, a jovem espera agora chegar aos Jogos Olímpicos de Londres.

Eu e Nayara inauguramos um estilo de entrevista no Jornalismo: via FACEBOOK! Confira abaixo como foi nossa conversa.

GuIgO NewS – Eu vi uma campanha aqui no Facebook “Eu acredito na vaga do nado sincronizado em Londres 2012”. Quais são as chances do nado sincronizado chegar aos Jogos? Vai ser dramático?

Nayara Figueira – A classificação pro dueto é até que tranquila pois são classificadas 24 duplas. Como ficamos em 12° lugar no Mundial de Xangai, no ano passado, já temos noção que nos classificaremos.

GN – E por equipes?

NF – São só oito equipes nas Olimpiadas e estamos em 12° do mundo. E por classificar uma por continente, entram paises mais fracos que nós, como o Egito e Austrália. Aí fica bem mais difícil.

GN – É complicado assim, né? Mas já que vocês vão pra Londres no dueto, pelo menos, qual é a expectativa? Espera melhorar o resultado de Pequim, em 2008, quando ficaram em 13°?

NF – Sim! Estamos treinando muito, pois o nosso objetivo é entrar na final e melhorar os resultados das gêmeas Isabela e Carolina de Moraes que ficaram em 12° em Sidney e Atenas.

GN – Vem medalha por aí?

NF – Isso é muito difícil. Somos realistas e o nosso esporte é bastante complicado, no sentido de que levamos anos para melhorar muitas posições. Esporte subjetivo é bem complicado.

GN – É verdade! Mas vendo o crescimento de vocês eu acredito que um dia vocês vão conseguir fazer história! E como está o investimento do país no seu esporte? Ano Olímpico as coisas melhoram, não?

(…demora para responder…levantei, tomei uma água…pensei: “está vindo resposta grande!”)

NF – Por enquanto está a mesma coisa. Não temos patrocínio individual. Temos ajuda dos Correios e da Lei de Incentivo ao esporte atraves da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). A única melhora foi que conseguimos trazer uma técnica canadense, Leslie Sproule, e ela viajará com a gente para o pré-olímpico e estamos lutando para que ela vá para as Olimpíadas também.

GN – Pede pra ela, ué!! rs

NF  – Fácil, né? O difícil é arranjar credencial pras três técnicas…

GN – Hmmm.. Entendi. E vocês têm um duelo particular no Jogos? Assim…existe uma dupla que vocês querem bater em particular?

NF – Disputamos diretamente com Grécia, França e Estados Unidos.

GN – E vão vencer!!! Tenho certeza! É isso, Nayara!! Muito obrigado pela participação, viu? E você entrou para a história! Primeira entrevista na história do Jornalismo via Facebook.

NF–  De nada! =) E obrigada por me dar a honra de ser a primeira reentrevistada do seu blog. Hehehehehe.

Quer conhecer mais sobre a Nayara? Clique aqui!

E aproveita e ajuda a meninas lá no Facebook:

Coloca lá no Face, pô!!!

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Maurício de Sousa: inigualável

GuIgO NewS esteve ontem em uma coletiva de imprensa que o Maurício de Sousa, criador do império Turma da Mônica, realizou em seu auditório na Rua do Curtume, na Lapa.

Maurício comentou sobre muitas coisas, entre elas a participação de personagens deficientes como Humberto, Dorinha e Luca, a nova turma jovem em Mangá e a possível extinção da Turma da Mônica. Além de, é claro, falar de seus planos em relação ao Esporte.

Ele afirma que vai propôr à CBF um mascote para a Copa do Mundo de 2014. Ele seria o Pelézinho. O que Maurício não sabia responder era se poderia usar uma pessoa como mascote.

A regra é que seja usada algo sobre o país como flora, fauna, costumes, etc… Não achei nada sobre a dúvida de Maurício.

Ronaldinho – sucesso no exterior

O gibi do Ronaldinho Gaúcho é o mais vendido no exterior. Segundo o chefe da Turma da Mônica, ele já está em mais de 32 idiomas. “Ele é marketing feito. Aproveitei para criar um personagem dele e assim levar toda a Turma atrás”, disse Maurício.

Fotos em instantes.

 

Um abraço.

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Lula participa do “Bola da Vez” da ESPN Brasil

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou do programa “Bola da Vez”, do canal ESPN Brasil. O programa foi ao ar hoje, às 22h30 e Lula falou sobre assuntos interessantes. Helvídio Matos, Paulo Vinícius Coelho e João Palomino foram os repórteres que representaram não só a emissora em que trabalham, mas o público interessado em esporte.

Ronaldo

“Ninguém tem dúvida de que ele é essencial. Se ele não der o pique que dava, pelo menos ele tem que marcar os gols. Ele está com vontade e saber jogar, ele sabe. É preciso nós sabermos se ele está disposto a entrar em forma e ser marcado pelo moleque de 20 anos.”

O Ronaldo está vivendo essa coisa excepcional na vida dele. Se não der certo  a primeira, tudo bem, a segunda, tudo bem também, a terceira….

Copa do Mundo de 2014

“Nós estamos esperando que a FIFA e a CBF digam as cidades. Depois disso, nós vamos preparar um PAC urbano. Nós pretendemos contribuir com a questão de transporte público. Já orientei a Dilma para chamar cada governador e prefeito para discutir as tarefas de cada um. Se houver alguma coisa errada, sobra para o Brasil. Se sobra para o Brasil, sobra para o Governo Federal.”

“O importante é que depois da Copa, o povo tenha melhor qualidade de vida. O Governo Federal não colocará dinheiro em estádio. Quem cuida é o governo do Estado, a prefeitura e o clube que tem o estádio. O transporte, os aeroportos, a gente cuida.”

“Nós temos uma coisa parada no peito que é a Copa de 1950. Temos que conversar com a FIFA e com a CBF, para que o ingresso seja compatível com o poder aquisitivo do brasileiro. Eu estou convencido de que podemos fazer uma copa extraordinária.”

“Se nós fizemos uma Copa, na época que só produzíamos café, por que não agora, que produzimos muitas coisas? É por isso que estamos brigando pelas Olimpíadas de 2016. Por que que não podemos ter uma Olimpíada aqui? Qual é o preconceito contra a América do Sul? Por isso que eu tenho um orgulho de ver a Copa na África do sul, é um exemplo. Eles terão mais dificuldades que a Alemanha, em 2006, mas farão e dará certo.”

Pan 2007

“Na época do Pan, havia uma disputa insana com o governo e a prefeitura do Rio. Na hora de apresentar o projeto era tudo maravilhoso, mas depois tem que fazer. Conseguimos, mesmo assim, fazer o melhor Pan de todos.”

“Mas o espaço feito não pode ser largado. Tem que ser aberto todos os dias para o povo brasileiro praticar mais esportes. Se o povo ainda não está utilizando, é um equívoco. Você não pode esperar um outro evento esportivo internacional. O povo tem que usar 24 horas por dia.”

“Não cabe a mim dizer quem será a direção do COB e da CBF. Nós passamos um dinheiro em função de um projeto.”

Onde estará em 2014

“Em 2014, eu imagino estar no estádio como torcedor. Porque de médico e técnico de futebol todo brasileiro tem um pouco, não é? Eu voltar para São Bernardo e viver papel de ex-presidente. Ex-presidente tem que ficar quieto e deixar o outro trabalhar.”

“Eu vou como um cidadão comum, sem segurança, nunca vaiarei o Corinthians e xingarei com moderação. Só fico nervoso quando um jogador faz corpo mole. O torcedor quer ver o jogador dar o sangue, se esforçar. Por que o Tevez virou ídolo em pouco tempo? Ele era assim. O torcedor é essa coisa alucinante.

Ídolo

Eu tenho uma relação de amor e ódio com o Pelé. Aquele negão infernizou a minha vida.

Garotos indo jogar no exterior

“De vez em quando eu vejo vocês debaterem e percebo que têm a mesma angústia que eu. O jovem da periferia tem o sonho de ganhar dinheiro e cultura. O Pato por exemplo. Tenho certeza que para ele morar em Milão, ter uma nova cultura, aprender uma nova lingua é sedutor tambem. Nós não podemos proibir, porque as pessoas têm o direito de ir e vir. A escravidão acabou. Por causa disso, o Brasil perdeu qualidade e os melhores jogadores brasileiros. Gostaria de ver isso no Campeonato Paulista.”

“É preciso que vocês pensem num projeto para que as pessoas fossem jogar com mais dificuldade fora do país. Ou uma regulamentação para que ele ficasse pelo menos até os 20 anos, ou que o clube tenha uma maior participação na venda do jogador. Virou uma loucura esse negócio do futebol. Isso vai acabar quando o time brasileiro tiver a mesma condição do time europeu. Só que vai demorar muito para isso acontecer.”

“Eu gostaria que a meninada brasileira visse o que eu vi quando era jovem. O time do Santos, do Palmeiras. Que eles vissem um espetáculo.”

Presidentes da CBF e das Federações Esportivas no país

Eu gostaria que o presidente ficasse só dois mandatos. A alternância de poder é fundamental para a democracia brasileira. Não questiono a liderança de ninguém, mas acho que o cara que fica 20, 30 anos no poder tem que sair. Ele tem que dar dinamismo para a entidade. Isso em qualquer federação esportiva. Tem que vir novas ideias, novas pessoas. Vejam o Vasco, a culpa de ter caído não foi do Roberto Dinamite, mas sim do trabalho feito anteriormente.

A voz do atleta brasileiro

Hoje há uma participação maior dos atletas. O atleta só vai ter vez quando tiver um diretor de esporte que dê permissão para o atleta palpitar. Ele tem que dar opinião.

Presidência do Corinthians

Não, pelo amor de Deus.

Torcedor da Seleção Brasileira

Está vivo ainda o torcedor dentro de mim. Alguém pode me explicar por que o Ronaldinho joga na linha do campo?  Ele não dá um passe, ele se livra da bola. Ele não tenta ser ele mesmo. Ele fica quase na linha do escanteio.”

“Acho que falta liderança dentro do campo. Acabou a figura do cara que pegava no pé do companheiro.”

“Eu era bom de bola, joguei muita bola. Mas tinha que sustentar a família.”

Kaká

“Jogar e ganhar dinheiro não é o demais. Jogar no Manchester City é jogar contra o rebaixamento. o Kaká deu um exemplo bonito agora.”

Basicamente é isso. Parabéns para a ESPN Brasil pela entrevista e pelas perguntas feitas ao presidente. O Jornalismo Esportivo agradece a tudo isso.

Um abraço.

Foto: ESPN Brasil

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Entrevista com Juca Kfouri

Entrevistamos desta vez o jornalista Juca Kfouri. Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP e começou a carreira jornalística na revista Placar. Além da passagem pela Editora Abril, ele já trabalhou no Lance!, O Globo, SBT, TV Globo, TV Cultura, RedeTV entre outros lugares.

Atualmente, o corintiano escreve diariamente no Blog do Juca, na coluna da Folha de S.Paulo, apresenta o programa “Juca Entrevista”, da ESPN, e faz o âncora no “CBN Esporte Clube”, da Rádio CBN.

E foi justamente na CBN, na sexta-feira passada, que encontramos o jornalista e batemos um papo muito legal. Confira abaixo:

GuIgO NewS – Juca, parafraseando um jornalista muito famoso eu pergunto: Quem é Juca Kfouri?

Juca Kfouri – E eu sei lá! Quem vê é que tem que saber. Eu sou uma pessoa que não perdeu a capacidade de se indignar.

GuIgO NewS – Como assim?

Juca Kfouri – Eu sou uma pessoa que permanece se indignando com a corrupção, as injustiças e espero não perder essa capacidade nunca.

GuIgO NewS – Juca, ouvi dizer que você não tinha a menor intenção de ser jornalista. Quais eram seus sonhos, então?

Juca Kfouri – Eu queria fazer carreira acadêmica. Ser professor universitário.

GuIgO NewS – De que área?

Juca Kfouri – Em Ciências Sociais que é onde eu me formei.

GuIgO NewS – Juca, como foi sua experiência na revista Playboy? Alguns diriam que é até melhor do que futebol (risos).

Juca Kfouri – Foi uma experiência muito legal, porque foi minha maior experiência fora do esporte e com uma redação que tinha jornalistas da melhor qualidade como Humberto Werneck, Nirlando Beirão, Eugênio Bucci, enfim, foi comandar um time de primeiríssima. Em um momento que havia pouco dinheiro por causa do Plano Collor, que não se podia pagar grandes cachês e se apostou em fazer jornalismo, e nesse aspecto, talvez, a melhor fase da revista.

GuIgO NewS – Você é um jornalista multimídia. Isso seria uma forma de sobrevivência no mercado de trabalho, você acha?

Juca Kfouri – Sim, é uma forma de sobrevivência, mas também é meio inevitável, porque hoje em dia você tem que tocar todos os instrumentos. Eu não acho que eu seja um jornalista multimídia. Eu sempre digo isso. Multimídia é o Marcelo Tas. Eu faço a mesma coisa em mídias diferentes. É uma diferença, tá? Eu não sou artista, eu não sou capaz de fazer o que o Marcelo Tas faz, por exemplo. Esse é um cara multimídia, que é capaz de ser ator, é capaz de ser repórter, é capaz de ser palhaço, é capaz de ser tudo. Eu, não. Eu sou eu do mesmo jeito, em mídias diferentes.

GuIgO NewS – Você tem tempo de ir ao cinema, teatro, esses tipos de lazer?

Juca Kfouri – Não, teatro faz anos que eu não vou, porque meus horários me impedem, mas cinema vou sempre que posso e gosto muito.

GuIgO NewS – Você, por ser uma celebridade do jornalismo esportivo, consegue andar em paz pelas ruas? Como é o assédio das pessoas?

Juca Kfouri– Se eu estou sozinho é chato, se estou acompanhado dá pra driblar numa boa.

GuIgO NewS – E o que você acha sobre o jornalista divulgar o time do coração?

Juca Kfouri – Eu acho obrigatório por um lado, porque é uma maneira de você ser transparente. Por outro lado, nos tempos mais modernos isso tem sido uma atitude temerária em função da violência do torcedor.

GuIgO NewS – Você acha que o jornalista tem medo de revelar o time ou não?

Juca Kfouri – Acaba tendo e com razão, porque hoje você enfrenta verdadeiras hordas quando vai ao estádio.

GuIgO NewS – Bom, falando no seu time, o Corinthians, onde surgiu o amor pelo alvinegro?

Juca Kfouri – Herança paterna.

GuIgO NewS – Quais são suas expectativas para o Corinthians do ano que vem? Porque esse ano a gente sabe que ele já subiu. Quais são suas esperanças?

Juca Kfouri – É difícil, porque por enquanto não acho que haja motivos para grande otimismo. Do jeito que as coisas estão pintando, provavelmente ano que vem vai fazer uma campanha média. Vai ficar ali entre os dez primeiros do Brasileirão. Eventualmente, pode ganhar até o Campeonato Estadual, porque vai entrar em férias antes que os outros, mas é o máximo que eu vejo.

GuIgO NewS – Você acha que o Mano Meneses estaria pronto para comandar uma Seleção Brasileira?

Juca Kfouri – Não, não está. Acho que ainda é muito cedo pra ele, acho que ele é muito tímido principalmente quando joga fora de casa e não gosto da intimidade dele com o empresário, que está enchendo de jogadores no Corinthians.

Juca Kfouri

GuIgO NewS – Falando em Seleção Brasileira, qual você acha que é a solução para ela voltar a ter aquele respeito que há muito tempo atrás ela tinha?

Juca Kfouri – Tem que jogar futebol, coisa que ela não tem feito faz muito tempo. Jogando mal e sem jogadores que tenham vínculo com a torcida brasileira é essa coisa horrorosa que você está vendo.

GuIgO NewS – Você acha que a solução é um novo técnico?

Juca Kfouri – Eu acho que “um novo técnico” não é bem o termo. Um “técnico”. Porque nós não temos um técnico. Mas depende. Por exemplo, entre esse que está lá e o Vanderlei Luxemburgo, eu fico com esse, porque eu acho que não basta ser um cara que entende de futebol. Tem também o exemplo, o caráter, e uma porção de coisas que tem que ser levadas em conta pra dirigir uma Seleção. Agora basicamente nós temos um problema de talentos, porque está feia a coisa.

GuIgO NewS – Você acha que é a “safra” de hoje?

Juca Kfouri – É, eu acho que a safra não é lá essas coisas e aqueles nos quais a gente podia depositar esperança estão começando a carreira muito mais cedo do que deveriam.

GuIgO NewS – A Copa do Mundo de 2014 está trazendo mais ansiedade do que a própria Copa de 2010, na África. Você acha que o Brasil consegue mesmo sediar uma Copa do Mundo?

Juca Kfouri – Acho que tudo indica que sim. Conseguir, consegue. Vamos ver a que preço e com quanta roubalheira.

GuIgO NewS – Juca, eu sou um apaixonado por Fórmula 1. E essa é uma pergunta que realmente me toca. Eu quero saber por que que você diz que Fórmula 1 não é um esporte? (risos)

Juca Kfouri – (risos) É um pouco de provocação, porque embora eu saiba que o cara para entrar naquela banheira precisa de preparo físico, eu acho que antes de mais nada aquilo é uma competição de pessoas sem imaginação. Como alguém já disse, num filme famoso de muitos anos atrás chamado “Grand Prix”, se piloto de fórmula 1 tivesse imaginação, não correria. Ele seria capaz de imaginar o que significa bater a 300 km/h num muro. Entendeu? Mas como eles não tem essa imaginação, eles correm (risos). Eu acho que você entrar numa banheira com 300 litros de combustível não é exatamente um esporte.

GuIgO NewS – (risos) Juca, agora para finalizar, quais são as dicas que você daria para um estudante que quer seguir na área de jornalismo esportivo?

Juca Kfouri – Ler muito. Ler tudo quer lhe cair às mãos, ler a boa literatura em Língua Portuguesa, de Eça de Queirós a Machado de Assis, passando por Rubem Fonseca, Paulo Mendes Campos, Graciliano Ramos, Fernando Morais, Rui Castro e saber o inglês tão bem quanto o português. Essa é uma coisa que para minha geração ainda não foi essencial, mas agora é. E é muito mais importante do que aula de estatísticas ou coisa que o valha na faculdade de Jornalismo. E tem que aprender desde cedo que, quem se curva diante dos poderosos, mostra o traseiro para os oprimidos.

Confira também as outras entrevistas com Sidney GarambonePaulo Ramos, Fábio Zanini, Taís Fuoco e Odir Cunha realizadas pelo GuIgo NewS

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Entrevista com Sidney Garambone

Entrevistamos nesta semana o editor-chefe do “Esporte Espetácular” da TV Globo, comentarista do “Arena Sportv” e colunista do Diário de São Paulo, Sidney Garambone. Há 20 anos na imprensa, Garambone já trabalhou também no Jornal do Brasil, O Globo, O Dia e na Revista Istoé.

Ele é formado em Jornalismo pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e tem mestrado em Relações Internacionais na PUC-RJ. O jornalista já escreveu três livros: “O Caçador de Barangas” (2000) , “A Primeira Guerra Mundial e a Imprensa Brasileira” (2003) e “Eu Deus” (2006).

Veja abaixo a entrevista:

GuIgO NewS – Quais são suas atividades nas horas livres? Sobra tempo para praticar algum esporte?

Sidney Garambone – Leitura, cinema, teatro e passeio com as filhas. Sempre que posso jogo tênis e futebol. Às vezes uma corridinha.
GuIgO NewS – Qual foi o fato mais curioso que você já presenciou na sua carreira?

Sidney Garambone – Certa vez estava cobrindo a chegada do Papa ao Brasil no aeroporto do Galeão, resolvi fuçar onde as autoridades estavam lanchando e acabei descobrindo onde o presidente FHC estava. Acabei conseguindo uma exclusiva sobre aborto, tema controverso na época.
GuIgO NewS – O “Esporte Espetacular” fará este ano 35 anos. Você conseguiria dizer qual foi o momento mais marcante do programa?

Sidney Garambone – É difícil. Prefiro pensar que o programa está no imaginário do espectador como algo surpreendente, bonito, profundo e jornalístico.
GuIgO NewS – Em seu livro “A Primeira Guerra Mundial E A Imprensa” você contou detalhes sobre o comportamento do jornalismo brasileiro na época da primeira grande guerra. Em sua opinião, quais são as grandes mudanças do jornalismo de antes com o de hoje?

Sidney Garambone – O acesso às notícias melhorou demais. Hoje, só o mau profissional não consegue ouvir os dois lados.

Sidney Garambone em Pequim

GuIgO NewS – O Brasil não foi bem nos Jogos Olímpicos de Pequim. Aliás, se não fossem as grandes atuações das mulheres brasileiras, a nossa posição no Quadro de Medalhas seria vergonhosa. Para você, qual foi a grande decepção?

Sidney Garambone – Nenhuma, porque não acho que o Brasil tenha que ir bem nos Jogos Olímpicos, primeiro precisamos nos tornar uma nação de verdade, com respeito ao próximo e níveis de violência urbana muito menores.
GuIgO NewS – Acabamos de sediar os Jogos Pan-americanos, a Copa do Mundo de 2014 será aqui também e a campanha “Rio-2016” já começou. Você acha que o Brasil está mesmo pronto para receber uma Copa do Mundo e as Olimpíadas?

Sidney Garambone – Se pensarmos que fomos sede em 1950, dá para sonhar num bom evento. Falta dinheiro, mas quem sabe a boa vontade de todos possa superar isso.
GuIgO NewS – Na minha sala da faculdade, a maioria dos interessados em Jornalismo Esportivo é um boleiro frustrado e que não teve muita sorte no esporte. Você faz parte desse time também?

Sidney Garambone – Não, não… Passei 10 anos fazendo jornalismo cultural. Acho que o meu caso era de ator frustrado. Desde a primeira vez que vi um treino de futebol de perto percebi que os atletas estão em outro nível, jamais conseguiria ser um.
GuIgO NewS – Qual o seu palpite sobre o vencedor da Série A do Campeonato Brasileiro? Não perguntarei sobre o da Série B, porque já é um pouco óbvio, não?

Sidney Garambone – É verdade. Ainda acho cedo falar de Série A, sou um crítico dos apressadinhos, muita coisa pode acontecer, em duas rodadas o Cruzeiro ressuscitou, por exemplo.
GuIgO NewS – Para terminar, que dicas você pode dar para os estudantes de Jornalismo cujo interesse é se especializar no Jornalismo Esportivo?

Sidney Garambone – O importante é querer ser um bom jornalista, capaz de fazer tudo. Ler muito os grandes livros clássicos, informar-se diariamente com pelo menos dois jornais, saber de tudo um pouco e ter espírito crítico. O jornalismo esportivo é consequência. Não adianta ser uma enciclopédia, é preciso entender muito mais do que táticas.

Confira também as outras entrevistas feitas com os jornalistas Paulo Ramos, Fábio Zanini, Taís Fuoco e Odir Cunha.

Um abraço.

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Entrevista com Paulo Ramos

Entrevistamos esta semana o jornalista, professor e consultor de língua portuguesa, Paulo Ramos. Paulo é doutor em língua portuguesa pela USP (Universidade de São Paulo), fez Jornalismo na UMESP (Universidade Metodista de São Paulo) e também Letras pela PUC-SP.

Na imprensa, como ele próprio diz, já “fez de tudo um pouco”: repórter, repórter especial, editor, editor-executivo, editor-chefe e âncora de telejornal. Paulo trabalhou na Folha, TV Tribuna e TV Cultura.

Desde 2004, ele é docente da Universidade Metodista de São Paulo. Paulo já deu aulas também na USP-Leste.

Paulo Ramos é dono do Blog dos Quadrinhos e também vencedor do Prêmio HQMix como “melhor articulista” sobre Quadrinhos. Seu blog também foi premiado como “melhor Blog” da área.

O GuIgO NewS conseguiu uma brechinha nos horários dele para entrevistá-lo e conhecê-lo um pouco. Veja abaixo:

GuIgO NewS – Paulo, de onde surgiu a paixão pelos Quadrinhos?
Paulo Ramos – Não sei se é uma paixão. Mas é, seguramente, um interesse acima da média pela área. Tive os primeiros contatos com quadrinhos na infância, antes mesmo de me alfabetizar. Via as figuras e tentava entender o que a seqüência das imagens queria dizer. Nos anos que se seguiram, continuei lendo e mesclando os quadrinhos com outras formas de leitura. Tem sido assim até hoje.

GuIgO NewS Muitos clássicos da literatura já foram adaptados para os Quadrinhos como “Os Lusíadas”, “Vidas Secas” e “O Alienista”. Você apóia este tipo de adaptação?

Paulo Ramos – Adaptações assim existem no Brasil desde o fim da década de 1940. Houve uma série da extinta editora EBAL (Editora Brasil-América) sobre literatura em quadrinhos que durou vários anos. Trata-se de uma retomada do gênero, motivada pela presença dos quadrinhos nas livrarias e pela expectativa de as editoras encaixarem essas obras em listas didáticas governamentais ou de escolas. Embora exista esse interesse financeiro, as adaptações têm pautado boa parte da produção nacional e mexido com o mercado.


GuIgO NewS – Você mesmo diz que trabalha muito. Quando você não está em redações e salas de aula, quais são suas atividades? O que você costuma fazer?

Paulo Ramos – Também trabalho na maior parte dos pouquíssimos tempos livres. Preparo os originais de alguns livros que devo lançar no ano que vem. Também participo de congressos e bancas universitárias com freqüência. Quando dá, vou ao cinema. Tento manter uma regularidade de dois filmes por semana (mas, nas duas últimas semanas, não tive tempo de ir). E, nessa correria toda, tento encaixar a necessária leitura de livros, teses, artigos, jornais, revistas e sites.

GuIgO NewS – Estreou há pouco tempo o programa “Quadrinhos” no Canal Brasil. Surge aí uma esperança para que haja mais patrocínios e divulgação das milhares HQs no Brasil?

Paulo Ramos – Seguramente, o documentário vai divulgar um pouco mais a área entre as classes média e alta, que têm poder aquisitivo para bancar uma tevê a cabo para assistir ao programa. Mas é difícil dizer se a produção vai render mais patrocínios. É melhor dar tempo ao tempo para analisar melhor.

GuIgO NewS – Aproveitando a oportunidade, quais dicas você daria para o aluno de Jornalismo no início da carreira?
Paulo Ramos – Leia, leia e leia. Faça cursos, aprenda línguas, viaje, tente buscar o máximo de cultura e informação. A bagagem cultural -rara no mercado- é um dos elementos que diferenciam os profissionais da área.

GuIgO NewS – Para finalizar, meus colegas pediram para eu perguntar pra você se a frase “Membro das FARC, Ivan Rios foi morto…” tem vírgula ou não? (rsrsrsrsrs).
Paulo Ramos – Aula dada, aula aprendida.

Veja as outras entrevistas que o GuIgO News fez com os jornalistas Fábio Zanini, Taís Fuoco e Odir Cunha.

Um abraço.

Obs.: O professor Paulo Ramos se cansou de mostrar-nos na faculdade que a frase citada na última pergunta não tem vírgula após o “Rios”. Mesmo assim, muita gente errou na prova final.

Atualizado em 03/09/2008 às 22:35

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Entrevista com Fábio Zanini

O jornalista da Folha de S.Paulo, Fábio Zanini, fez uma aventura de cinco meses pela África. Foram 13 países, 29 cidades e 24 mil quilômetros conhecidos no continente.

Toda a viagem está armazenada no blog “Pé na África”.

O GuIgO NewS acompanhou a tragetória do jornalista e, após a sua volta para o Brasil, conseguiu uma entrevista com ele.

Acompanhe abaixo:

GuIgO NewS – Zanini, como surgiu a idéia de viajar para a África?

Fábio Zanini – Surgiu de um interesse pessoal meu pela África, há uns cinco anos. Essa não foi minha primeira viagem ao continente, mas foi a primeira em que fiz um blog. Gosto muito de viajar, especialmente para países do Terceiro Mundo, que ainda estão para ser descobertos pelos brasileiros.

GuIgO NewS – Como você se sentia ao lembrar que estava indo para lá?

Fábio ZaniniPrimeiro, me senti ansioso e até um pouco temeroso de que as coisas pudessem não dar certo. Mas depois relaxei e aproveitei bastante.

GuIgO NewS Havia como ficar ligado no que acontecia no Brasil?

Fábio Zanini – Não muito, até porque a internet lá é muito complicada. Quem me mantinha um pouco informado era minha mãe.

GuIgO NewS No seu Blog “Pé na África” está escrito que você acha que “perto de desafio de atravessar ileso o plenário da Câmara dos Deputados em dia de votação, atravessar as selvas da África será moleza”. Foi mesmo?

Fábio Zanini – Isso foi um pouco de brincadeira. Mas sem dúvida a viagem acabou sendo mais fácil do que eu imaginava.

GuIgO NewSQuando falamos em África é inevitável lembrarmos de pobreza, AIDS e fome. Como foi passar por esses lugares e presenciar ao vivo tudo isso? Você acredita em alguma solução? Você fez algum paralelo com as coisas daqui do Brasil?

Fábio Zanini – AIDS e pobreza, ao lado das guerras, são os maiores problemas do continente. Comparando com o Brasil, são situações ainda mais dramáticas do que estamos acostumados. A solução passa pelo crescimento econômico desse continente e por uma atitude mais franca sobre a sexualidade, no caso da AIDS.

GuIgO NewSO que mais te impressionou nessa viagem? A beleza natural? Os animais? As tribos e seus costumes?

Fábio Zanini – Muitas coisas: a beleza natural, a riqueza cultura, mas principalmente a gentileza das pessoas.

GuIgO NewSDepois de tudo que você viu, é possível ter uma Copa do Mundo na África? E Jogos Olímpicos?

Fábio Zanini – Sim, acho que sim. A Copa de 2010 na África do Sul vai acabar acontecendo, com os problemas normais de um país de terceiro mundo. No caso de Olimpíadas, deve demorar mais alguns anos.

GuIgO NewS Você passou por alguma dificuldade por ser branco? Houve algum tipo de racismo?

Fábio Zanini – Não diria dificuldade, mas eu sempre era o centro das atenções, sem dúvida. Despertava curiosidade. Isso no começo é um pouco desconfortável, mas depois a gente se acostuma. E começa até a achar divertido as criancinhas apontando e gritando muzungu, muzungu! (branquelo, branquelo).

GuIgO NewSA maior surpresa que tive foi sua descrição sobre a economia do Zimbábue. Como os zimbabuanos reagem às mudanças freqüentes de valor da moeda?

Fábio Zanini – Reagem com sacrifício. Têm de carregar pacotes e pacotes de dinheiro pelas ruas para comprar um simples pacote de pão. E enfrentar filas intermináveis para sacar dinheiro, pois todo mundo saca dinheiro todo dia, por causa da hiperinflação.

GuIgO NewS E o fato de ser brasileiro, ajudou ou prejudicou em uma viagem como essa?

Fábio Zanini – Ajudou bastante. O Brasil é muito querido por onde você viaje, muito em função do futebol. Ser brasileiro é uma sorte muito grande e ajuda bastante em situações tensas, como fronteiras

GuIgO NewSDeu para perceber qual é a imagem que os africanos têm do Brasil?

Fábio Zanini – É uma imagem interessante, apesar de ser até um pouco equivocada. As pessoas acham que o Brasil é uma potencia, um país rico. Espantam-se um pouco ao descobrirem que é um país de Terceiro Mundo.

GuIgO NewSQual a maior lembrança que você tem? Algo que você nunca mais esquecerá na sua vida.

Fábio Zanini – Hm… Tantas coisas. Acho que as criancinhas correndo para cima e para baixo nos campos de refugiados que visitei, no Congo e no Quênia.

 

Confira as outras entrevistas feitas pelo GuIgO NewS com os jornalistas Odir Cunha e Taís Fuoco.

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Entrevista com Taís Fuoco

O GuIgO NewS entrevista esta semana a jornalista Taís Fuoco.

Pela quinta vez, Taís Fuoco é indicada entre os 10 melhores jornalistas de tecnologia do Brasil. A votação dos melhores é feita no site do Portal Comunique-se (www.comunique-se.com.br). Em três vezes, a jornalista ficou entre os três melhores. A votação para o melhor trio desta área de 2008 ainda não ocorreu.

Especializada em Telecom e TI, Taís Fuoco começou a trabalhar como estagiária na revista Máquinas e Metais. Hoje está trabalhando na Reuters. Já escreveu dois livros “Guia do Valor Econômico de Comércio Eletrônico” e “Biotecnologia, sonho e pesadelo” e revela para o GuIgO NewS, com exclusividade, o término de mais um livro.

GuIgO NewS – Taís, por que você escolheu viver do jornalismo?

Taís Fuoco – Caro Guilherme, isso foi uma coisa que surgiu tão naturalmente em mim, eu não sei explicar, mas desde os oito anos sempre que alguém me perguntava o que eu queria ser quando crescesse eu já dizia REPÓRTER, e não era outra coisa, não era apresentadora de televisão, não era nem jornalista, era REPÓRTER e hoje eu lembro isso achando graça porque ainda acho – e imagino que vá continuar achando – que a melhor parte da nossa profissão é a de Repórter, aquele que vai à rua buscar a notícia, aquele que alimenta toda a cadeia de comunicação, o que vai no olho do furacão, não fica só sentado, editando ou mandando. O que investiga, que liga e às vezes recebe respostas mal-criadas, que fuça e procura pela notícia.

GuIgO NewS – Como foi o começo da sua carreira?

Taís Fuoco – O começo é aquela coisa em que você está feliz por “estar dentro de uma redação”, mas ainda é uma reles estagiária e por isso, faz de um tudo, menos as coisas legais – apurar, escrever, entrevistar, participar dos eventos grandes. Mas não posso reclamar, tive ótimos professores no estágio, ainda que fosse uma revista pequena e pouco conhecida, aprendi muito e logo eles me deram chance de ir soltando as asas.

 

GuIgO NewS – Você concorda que o jornalista hoje deve ser multimídia?

Taís Fuoco – Eu acho que é importante o jornalista estar preparado para atuar em qualquer mídia, mas também acho que naturalmente ele vai descobrir que tem mais aptidão para esta ou aquela mídia. Eu nunca fiz restrições, mas gosto muito mais de mídias escritas do que das outras. Migrei para a Internet como um processo natural do avanço da minha carreira, mas mesmo nela me ative a escrever somente, muito raramente eu faço uma entrevista em áudio (podcast) ou em vídeo (webcast). Minha praia é mesmo a escrita.

GuIgO NewS – Como foi que surgiu a idéia de escrever seu livro “Guia do Valor Econômico de Comércio Eletrônico”?

Taís Fuoco – Foi engraçado porque não partiu de mim. O Valor Econômico fechou uma parceria com a Editora Globo para lançar essa coleção e ela já tinha uns seis ou sete títulos publicados quando um belo dia, eu estava de férias em Fortaleza, uma diretora do Valor me ligou no celular e perguntou se eu não gostaria de escrever esse título da série. Eu não acreditei, fiquei muito feliz. Foi uma experiência ótima.

GuIgO NewS – Entrando neste assunto de seu livro, você acha que o consumidor está mais confiante em fazer compras pela Internet ou ainda tem receio?

Taís Fuoco – Eu acho que boa parte do receio já acabou, as pessoas querem aproveitar a comodidade de fazer compras sentadas em seu computador e as lojas não querem perder esse filão de público, por isso investem para tornar os sites cada vez mais seguros e fáceis de usar.

GuIgO NewS – Você está publicando um novo livro. Do que se trata?

Taís Fuoco – Bom, eu já escrevi o “Biotecnologia, sonho e pesadelo”, mas ele está com a vendagem proibida ao público porque foi vendido com exclusividade para a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. E recentemente eu terminei de escrever o meu primeiro romance, minha primeira obra de ficção, é uma história de amor, mas ainda não sei se alguma editora de livros vai se interessar em publicá-lo. O título (provisório) é “Mais que acaso”. Estou te contando isso em primeira mão, ninguém sabe detalhes sobre esse meu romance ainda.

GuIgO NewS – Você tem o blog TI Cidadã (http://ticidada.blogspot.com/) que fala sobre a responsabilidade social nas áreas de TI e Telecomunicações. Você acha que este assunto deveria ser tratado com mais seriedade pelas pessoas e empresas?

Taís Fuoco – Felizmente, no trabalho do Blog, eu percebo que as pessoas já estão levando esse assunto mais a sério. Os consumidores valorizam empresas que se preocupam com o meio ambiente e com as comunidades em que vivem e as empresas estão mais envolvidas em preservar o bairro, a cidade e o país em que atuam e em garantir que os filhos de seus empregados tenham um futuro melhor.

GuIgO NewS – Falando em “blog”, sabemos que hoje é uma febre entre as pessoas, e principalmente, jornalistas. O que fazer para sempre ter boas notícias em um blog? Como publicar algo inusitado, inédito?

Taís Fuoco – O espírito do Blog é diferente de uma notícia, ele não tem essa necessidade de dar furo, de ter coisas inéditas, mas é importante que ele tenha coisas interessantes e que seja coerente com a idéia e o tema a que se propôs. Também não faz sentido ter um Blog e deixá-lo semanas sem atualização, a idéia é de um diário que você compartilha, de uma troca de idéias, um diálogo, sabe? Eu me sinto culpada se não atualizo meu Blog todo dia, mas também me preocupo em não colocar qualquer coisa, só para encher espaço, porque ele é um Blog temático, está comprometido com um tema, com um assunto, e não devo desvirtuá-lo.

GuIgO NewS – Finalizando. Quais são as dicas que você dá para o estudante de jornalismo para começar bem a carreira?

Taís Fuoco – Acho importante que o estudante invista na área em que gosta de atuar, essa é uma profissão para apaixonados, e se você estiver frustrado não vai desempenhá-la bem. Por isso, se um estudante gosta de jornalismo econômico, deve direcionar suas buscas de emprego para lugares nesse segmento. Se gostar de esportes, a mesma coisa, e assim por diante. Acho importante não se acomodar em uma posição ou trabalho que não seja aquele do qual você gosta.

Outra dica importante é que, nessa carreira, a notícia é a celebridade, e não quem a leva. O jornalista tem uma tendência a se achar celebridade, a querer ser notado, e o bom jornalista quase não aparece, mas é aquele leva ao público as melhores notícias ou faz as reportagens das quais quase ninguém vai esquecer.

 

Acompanhe também a última entrevista feita pelo GuIgO NewS com o jornalista Odir Cunha.

Um abraço.

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