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Entrevista com Juca Kfouri

Entrevistamos desta vez o jornalista Juca Kfouri. Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP e começou a carreira jornalística na revista Placar. Além da passagem pela Editora Abril, ele já trabalhou no Lance!, O Globo, SBT, TV Globo, TV Cultura, RedeTV entre outros lugares.

Atualmente, o corintiano escreve diariamente no Blog do Juca, na coluna da Folha de S.Paulo, apresenta o programa “Juca Entrevista”, da ESPN, e faz o âncora no “CBN Esporte Clube”, da Rádio CBN.

E foi justamente na CBN, na sexta-feira passada, que encontramos o jornalista e batemos um papo muito legal. Confira abaixo:

GuIgO NewS – Juca, parafraseando um jornalista muito famoso eu pergunto: Quem é Juca Kfouri?

Juca Kfouri – E eu sei lá! Quem vê é que tem que saber. Eu sou uma pessoa que não perdeu a capacidade de se indignar.

GuIgO NewS – Como assim?

Juca Kfouri – Eu sou uma pessoa que permanece se indignando com a corrupção, as injustiças e espero não perder essa capacidade nunca.

GuIgO NewS – Juca, ouvi dizer que você não tinha a menor intenção de ser jornalista. Quais eram seus sonhos, então?

Juca Kfouri – Eu queria fazer carreira acadêmica. Ser professor universitário.

GuIgO NewS – De que área?

Juca Kfouri – Em Ciências Sociais que é onde eu me formei.

GuIgO NewS – Juca, como foi sua experiência na revista Playboy? Alguns diriam que é até melhor do que futebol (risos).

Juca Kfouri – Foi uma experiência muito legal, porque foi minha maior experiência fora do esporte e com uma redação que tinha jornalistas da melhor qualidade como Humberto Werneck, Nirlando Beirão, Eugênio Bucci, enfim, foi comandar um time de primeiríssima. Em um momento que havia pouco dinheiro por causa do Plano Collor, que não se podia pagar grandes cachês e se apostou em fazer jornalismo, e nesse aspecto, talvez, a melhor fase da revista.

GuIgO NewS – Você é um jornalista multimídia. Isso seria uma forma de sobrevivência no mercado de trabalho, você acha?

Juca Kfouri – Sim, é uma forma de sobrevivência, mas também é meio inevitável, porque hoje em dia você tem que tocar todos os instrumentos. Eu não acho que eu seja um jornalista multimídia. Eu sempre digo isso. Multimídia é o Marcelo Tas. Eu faço a mesma coisa em mídias diferentes. É uma diferença, tá? Eu não sou artista, eu não sou capaz de fazer o que o Marcelo Tas faz, por exemplo. Esse é um cara multimídia, que é capaz de ser ator, é capaz de ser repórter, é capaz de ser palhaço, é capaz de ser tudo. Eu, não. Eu sou eu do mesmo jeito, em mídias diferentes.

GuIgO NewS – Você tem tempo de ir ao cinema, teatro, esses tipos de lazer?

Juca Kfouri – Não, teatro faz anos que eu não vou, porque meus horários me impedem, mas cinema vou sempre que posso e gosto muito.

GuIgO NewS – Você, por ser uma celebridade do jornalismo esportivo, consegue andar em paz pelas ruas? Como é o assédio das pessoas?

Juca Kfouri– Se eu estou sozinho é chato, se estou acompanhado dá pra driblar numa boa.

GuIgO NewS – E o que você acha sobre o jornalista divulgar o time do coração?

Juca Kfouri – Eu acho obrigatório por um lado, porque é uma maneira de você ser transparente. Por outro lado, nos tempos mais modernos isso tem sido uma atitude temerária em função da violência do torcedor.

GuIgO NewS – Você acha que o jornalista tem medo de revelar o time ou não?

Juca Kfouri – Acaba tendo e com razão, porque hoje você enfrenta verdadeiras hordas quando vai ao estádio.

GuIgO NewS – Bom, falando no seu time, o Corinthians, onde surgiu o amor pelo alvinegro?

Juca Kfouri – Herança paterna.

GuIgO NewS – Quais são suas expectativas para o Corinthians do ano que vem? Porque esse ano a gente sabe que ele já subiu. Quais são suas esperanças?

Juca Kfouri – É difícil, porque por enquanto não acho que haja motivos para grande otimismo. Do jeito que as coisas estão pintando, provavelmente ano que vem vai fazer uma campanha média. Vai ficar ali entre os dez primeiros do Brasileirão. Eventualmente, pode ganhar até o Campeonato Estadual, porque vai entrar em férias antes que os outros, mas é o máximo que eu vejo.

GuIgO NewS – Você acha que o Mano Meneses estaria pronto para comandar uma Seleção Brasileira?

Juca Kfouri – Não, não está. Acho que ainda é muito cedo pra ele, acho que ele é muito tímido principalmente quando joga fora de casa e não gosto da intimidade dele com o empresário, que está enchendo de jogadores no Corinthians.

Juca Kfouri

GuIgO NewS – Falando em Seleção Brasileira, qual você acha que é a solução para ela voltar a ter aquele respeito que há muito tempo atrás ela tinha?

Juca Kfouri – Tem que jogar futebol, coisa que ela não tem feito faz muito tempo. Jogando mal e sem jogadores que tenham vínculo com a torcida brasileira é essa coisa horrorosa que você está vendo.

GuIgO NewS – Você acha que a solução é um novo técnico?

Juca Kfouri – Eu acho que “um novo técnico” não é bem o termo. Um “técnico”. Porque nós não temos um técnico. Mas depende. Por exemplo, entre esse que está lá e o Vanderlei Luxemburgo, eu fico com esse, porque eu acho que não basta ser um cara que entende de futebol. Tem também o exemplo, o caráter, e uma porção de coisas que tem que ser levadas em conta pra dirigir uma Seleção. Agora basicamente nós temos um problema de talentos, porque está feia a coisa.

GuIgO NewS – Você acha que é a “safra” de hoje?

Juca Kfouri – É, eu acho que a safra não é lá essas coisas e aqueles nos quais a gente podia depositar esperança estão começando a carreira muito mais cedo do que deveriam.

GuIgO NewS – A Copa do Mundo de 2014 está trazendo mais ansiedade do que a própria Copa de 2010, na África. Você acha que o Brasil consegue mesmo sediar uma Copa do Mundo?

Juca Kfouri – Acho que tudo indica que sim. Conseguir, consegue. Vamos ver a que preço e com quanta roubalheira.

GuIgO NewS – Juca, eu sou um apaixonado por Fórmula 1. E essa é uma pergunta que realmente me toca. Eu quero saber por que que você diz que Fórmula 1 não é um esporte? (risos)

Juca Kfouri – (risos) É um pouco de provocação, porque embora eu saiba que o cara para entrar naquela banheira precisa de preparo físico, eu acho que antes de mais nada aquilo é uma competição de pessoas sem imaginação. Como alguém já disse, num filme famoso de muitos anos atrás chamado “Grand Prix”, se piloto de fórmula 1 tivesse imaginação, não correria. Ele seria capaz de imaginar o que significa bater a 300 km/h num muro. Entendeu? Mas como eles não tem essa imaginação, eles correm (risos). Eu acho que você entrar numa banheira com 300 litros de combustível não é exatamente um esporte.

GuIgO NewS – (risos) Juca, agora para finalizar, quais são as dicas que você daria para um estudante que quer seguir na área de jornalismo esportivo?

Juca Kfouri – Ler muito. Ler tudo quer lhe cair às mãos, ler a boa literatura em Língua Portuguesa, de Eça de Queirós a Machado de Assis, passando por Rubem Fonseca, Paulo Mendes Campos, Graciliano Ramos, Fernando Morais, Rui Castro e saber o inglês tão bem quanto o português. Essa é uma coisa que para minha geração ainda não foi essencial, mas agora é. E é muito mais importante do que aula de estatísticas ou coisa que o valha na faculdade de Jornalismo. E tem que aprender desde cedo que, quem se curva diante dos poderosos, mostra o traseiro para os oprimidos.

Confira também as outras entrevistas com Sidney GarambonePaulo Ramos, Fábio Zanini, Taís Fuoco e Odir Cunha realizadas pelo GuIgo NewS

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Todos querem Danilo Gentili

O “Repórter Inexperiente” está na boca do povo. Não há ninguém que não fale sobre as perguntas indiscretas que Danilo Gentile faz aos seus entrevistados. Aliás, o CQC está em todos os lugares hoje.

Em matéria da Folha Online, o humorista estaria nos planos da Globo e da Record.

A Globo poderia colocá-lo no “Zorra Total” e a Record no “Show do Tom”.

Ambos os programas são inadequados para o estilo de Danilo Gentile. Fazer piadinhas sem graças ou inventar frases como “tô pagando” ou “é uma bichona” não é a praia dele. Seria um desperdício de talento também. Ele se encaixaria em um programa como o “Casseta & Planeta” no máximo.

PARABÉNS, Danilo.

Um abraço.

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O fenômeno CQC

Custe o que Custar. O novo fenômeno da televisão brasileira.

Comandado por Marcelo Tas e recheado por mais seis caras vestidos de preto, o programa tira sarro de tudo e todos. É muito engraçado.

O que mais se destaca são as perguntas que os repórteres fazem para os entrevistados. Não são que nem aquelas feitas aos jogadores de futebol, não. São muito mais apimentadas, irônicas e engraçadas.

Nesta segunda-feira, Felipe Andreoli estava na China e, ao vivo, falava para os chineses dizerem “Tas Gostoso”, “Tas Tesudo”. O pequenino Oscar Filho quebrou o barraco com o Zé do Caixão por causa de uma pergunta sobre o tamanho da unha dele.

E assim vai…

Eu assistia junto com minha família e eram risadas atrás de risadas na sala da minha casa.

Casseta o quê?

O programa de terça-feira, Casseta & Planeta, perdeu a graça depois do CQC. Piadinhas com”eu não sou gay” e “Seu Creyson” não têm mais graça alguma.

Não perca. Sério. Sábado tem reprise às 20h15.

Um aperitivo para você. O quadro TOP FIVE.

Um abraço.

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